domingo, 23 de novembro de 2014

GASTON RIVERO na Fundação Gulbenkian, 21.11.2014


Gaston Rivero, tenor uruguaio, esteve num recital com a Orquestra Gulbenkian na Sexta-feira. Apresentou-se em substituição de tenor de maior renome internacional Joseph Calleja que cancelou o espectáculo por motivos de saúde.

O reportório apresentado foi fundamentalmente o das óperas italiana e francesa dos séculos XIX e XX, intercalados por peças sinfónicas extraídas de óperas.

A Orquestra Gulbenkian apresentou-se sob a direcção viva do enérgico e simpático maestro Frédéric Chaslin. Apresentaram peças de Tchaikovsky (Polonaise de Eugene Onegin), Gounod (Música de Bailado de Faust), Offenbach (Prelúdio do 2.º acto de Les contes d’Hoffmann), Verdi (Abertura de I vespri siciliani) e Puccini (Intermezzo do 3.º acto de Manon Lescaut). As interpretações foram de muita qualidade e bem integradas no programa de árias apresentado.



Destaque para a prestação sublime da clarinetista Esther Georgie no E lucevan le stelle. Magnífica!


Gaston Rivero é um tenor com uma voz de timbre agradável e uma boa capacidade de projecção vocal com uma coluna de som que (penso) se terá feito ouvir em toda a sala (a sala da FCG é, na minha opinião, um pouco ingrata para o canto lírico). Tem um registo médio muito seguro e uma boa capacidade interpretativa, o que ficou bem patente nas árias que cantou com brilhantismo. Foi apanhado de surpresa e, querendo manter o reportório de Calleja, teve de recorrer à pauta na ária de Les contes d’Hoffmann Il étai une fois à la cour d’Eisenach! Ainda assim cantou-a bem, embora tivesse ficado patente o seu mau sotaque francês. Cantou, também, La fleur que tu m’avais jetée de Bizet e Ah, lève-toi soleil de Gounod. O seu registo é mais o da ópera italiana e aqui ofereceu muito boas interpretações de Verdi (Celeste Aida, Questa o quella e Ah, la paterna mano), Tosti (Ideale), Cilea (È la solita storia del pastore) (naquela que foi, para mim, a sua melhor interpretação) e Puccini (E lucevan le stelle).


Ainda nos brindou com os encores da zarzuela No puede ser, a canção napolitana O sole mio e a emblemática ária de Puccini Nessum dorma que bisou (cheio de folego e com a colaboração do público no coro intermédio).

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